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Bem-vindo/a ao DIÁRIO DIGITAL DOS OFICIAIS DE JUSTIÇA DE PORTUGAL publicação periódica independente com 8 anos de publicações diárias especialmente dirigidas aos Oficiais de Justiça
Há vídeos que, de repente, todos querem ver na Internet e, quando isso acontece, todos lhe chamam vídeos virais. Ora, por estes dias, tornou-se também viral um vídeo relacionado com Oficiais de Justiça. Este vídeo não só foi visto na Internet como foi noticiado em todos os meios de comunicação social, nos escritos só com imagens, embora com vídeo nos seus sítios da internet e nas televisões com a passagem do vídeo.
No vídeo podem ver-se algumas Oficiais de Justiça do Campus de Justiça de Lisboa, a dançar com um cabide, como se de um varão se tratasse. As imagens mostram as colegas de profissão a divertirem-se ao som de “You Can Leave Your Hat On”, de Joe Cocker, enquanto outros filmam o momento.
Segundo escreve a “Nova Gente”, embora essa parte do vídeo, a existir, não seja visível, uma das funcionárias ainda tenta beijar um colega que continuou a trabalhar durante a dança e quando este se recusa, é chamado de "gay" pelos outros.
Em declarações ao Diário de Notícias, Fernando Jorge, presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ), explicou que "as imagens foram captadas na Terça-feira de Carnaval em 2013." Fernando Jorge referiu ainda que nesse ano o Governo retirou a tolerância de ponto e nesse dia os funcionários "decidiram almoçar" no trabalho e "no fim fizeram aquela brincadeira."
Fernando Jorge afirma ainda que "a brincadeira não tem mal nenhum" mas que "a publicação nas redes sociais foi um erro. Isso é que é grave".
“Eu conheço as funcionárias. São funcionárias de alta qualidade que trabalham muito e que até vão contra as indicações do sindicato, trabalhando além do horário, de borla", acrescenta Fernando Jorge.
Ainda recentemente o Conselho dos Oficiais de Justiça (COJ) divulgou um alerta – muito pertinente, como se comprova – sobre este tipo de atitude. É certo que esta brincadeira; este momento de descompressão, foi realizado fora das horas de expediente e à porta fechada, em horário não acessível ao público e é também certo que este momento não prejudicou o serviço que havia que fazer, pois tal serviço acaba sempre por se fazer, ainda que tal implique sair mais tarde do serviço.
A brincadeira é de facto irrelevante, mas a publicação/divulgação é que já não o é. A divulgação pública deste vídeo privado constituiu um erro, porquanto foi mal entendido e motivou reações de incompreensão de dimensão exagerada e desnecessária.
E uma das reações exageradas é, surpreendentemente, a do Sindicato dos Oficiais de Justiça (SOJ) que divulgou a seguinte nota: «Após um primeiro momento de completa surpresa, o SOJ esclarece que, a confirmarem-se as situações hoje publicadas na “imprensa sensacionalista”, o SOJ e os seus representados não se revêm nas mesma.»
É certo que o vídeo foi inicialmente divulgado na imprensa sensacionalista e, posteriormente, por toda a imprensa. Independentemente da imprensa ser ou não ser sensacionalista, pois tal facto é irrelevante, interessava ao SOJ apurar em que circunstâncias ocorreram aqueles factos e explicá-los, em vez de se pôr automaticamente de fora do assunto, o que não devia fazer, pois sendo um sindicato dos Oficiais de Justiça e sendo estes os visados, não deveria reagir publicamente dessa forma.
Sempre que haja algum Oficial de Justiça que proceda de forma errada ou de forma menos correta, cumpre aos sindicatos verificar as circunstâncias de tal ocorrência e caso se apure que há uma atuação dolosa, cumpre ainda ao sindicato apontá-la mas salvaguardando a sua excecionalidade e a imagem global dos Oficiais de Justiça.
Com a irrefletida comunicação do SOJ, os Oficiais de Justiça filiados naquele sindicato ficam com receio se serão alguma vez defendidos, quando cometam algum erro, erro no qual “o SOJ e os seus representados não se revejam”.
Neste caso, tivemos duas reações diferentes, por parte dos dois sindicatos: O SOJ disse estar surpreendido e não se rever naquilo, enquanto o SFJ explicou o sucedido e minimizou a atuação das protagonistas, não deixando de assinalar o erro da publicação. Aliás, o presidente do SFJ ainda foi mais longe alegando que conhecia as protagonistas e que eram excelentes profissionais.
Ao SOJ competia ter uma atitude semelhante. Mesmo sem conhecer as protagonistas do vídeo e mais pormenores sobre o mesmo, facilmente poderia ter afirmado que se tratava de uma brincadeira, de um caso isolado, e que ocorrera à porta fechada, portanto, fora do horário de atendimento ao público, pois quem conhece a realidade dos tribunais, bem sabe quando se relaxa, como se descomprime e que tal não afeta, bem pelo contrário, a produtividade do serviço.
SFJ: 1 – SOJ: 0.
Por fim, importa aqui realçar que a atitude de descontração no local de trabalho não significa que se trabalha pior, bem pelo contrário, é precisamente esta atitude que permite continuar a efetuar um trabalho complexo e intenso, em que as vidas das pessoas, que acorrem ou são obrigadas a acorrer a estes serviços, estão nos seus piores momentos e estão em causa.
Recorde-se que são aquelas mesmas Oficiais de Justiça que durante todo o dia lidam com os mais diversos problemas sociais e de falta de sociabilidade. São queixosos e criminosos, são menores e maiores; são vidas e vidas complexas e uma grande falta de tempo para lhes prestar a devida e maior atenção, obrigando a um trabalho que deve ser atento, em grande quantidade mas também rápido.
O desgaste que esta atuação provoca é notório e tanto mais notório é quanto maior é a exuberância e a extensão da descompressão. Aquilo que se vê no vídeo é uma brincadeira mas não é apenas uma brincadeira, é uma forma de manter a periclitante sanidade mental após tanta insanidade e alienação social com que se veem obrigadas a lidar.
Como já se disse, esse momento de descontração não tem qualquer inconveniente, é até saudável e devia mesmo ser obrigatório haver momentos assim que permitissem atirar para trás das costas os problemas diários, dos quais nem todos se conseguem desligar ou distanciar. Aqui o problema não está no ato filmado mas na divulgação da filmagem, não que haja inconveniente nessa divulgação em si, mas porque vivemos em Portugal, país onde todos apontarão o dedo dizendo: “vejam lá, é para isto que lhes pagamos ao fim do mês?”, sem terem o discernimento suficiente de querer perceber que não é nada disso o que se passa na realidade, aliás, longe disso, mas poluídos pelos “mass media” e a sua vontade de obter mais “Likes” e cliques de qualquer género, isto é, visualizações e vendas, ou seja, dinheiro; sacrificarão toda e qualquer racionalidade e inteligência pela popularidade comercial, isto é, o sensacionalismo.
Os Oficiais de Justiça, como elementos integradores do sistema de justiça, devem evitar a todo o custo serem vítimas deste sensacionalismo, enquanto continuam, e bem, a arranjar formas saudáveis de descompressão que, afinal, consistem apenas em formas de sobrevivência.
Pode ver o polémico vídeo aqui em baixo.
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