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Bem-vindo/a ao DIÁRIO DIGITAL DOS OFICIAIS DE JUSTIÇA DE PORTUGAL publicação periódica independente com 8 anos de publicações diárias especialmente dirigidas aos Oficiais de Justiça
«Aquilo que eu sinto, falando com a generalidade dos funcionários públicos, é que se houvesse as duas coisas seria excelente, mas se tiverem de escolher entre ganhar um pouco mais ou ter mais colegas para repartir o trabalho e prestar um melhor serviço, todos me dizem que preferem ter mais colegas de trabalho e prestarem um melhor serviço.»
Assim falava António Costa.
«Julguei ver, outrora, brincar nos vossos olhos uma alma divina, ó adeptos do conhecimento “puro”. Nesse tempo, não conhecia a arte superior dos vossos artifícios.»
Assim falava Zaratustra.
A estratégia para a função pública é um dos temas incontornáveis da segunda parte da entrevista dada pelo primeiro-ministro ao Diário de Notícias, onde António Costa reconhece que está previsto um aumento da despesa no valor de 350 milhões de euros para a administração pública mas sublinha que é preciso fazer opções na hora de decidir onde gastar.
«Queremos aumentar mais ordenados ou queremos contratar mais pessoal? (…) se eu gastar tudo no aumento dos funcionários que já tenho, não tenho dinheiro para contratar os novos que me faltam; se eu gastar tudo nos novos que me faltam não tenho para aumentar aqueles que já tenho. Portanto, há aqui um equilíbrio…»
Um equilíbrio. Uma coerência. Uma simetria. Uma harmonia.
Esta sensatez, alegadamente defendida pelos funcionários públicos que disseram ao primeiro-ministro preferir mais colegas em vez de aumentos dos seus vencimentos, é uma forma artificiosa de apresentar a questão e faz lembrar parábolas velhas com opções impossíveis.
Quem serão os funcionários públicos que prescindem do seu vencimento pugnando por mais funcionários com baixos vencimentos? Certamente que os haverá, satisfeitos que estão com os seus vencimentos mas não é esse o sentimento comum a todos os funcionários públicos, ou melhor: à sua maioria, que viram e veem os seus rendimentos reduzidos e incapazes, a cada ano e desde há tantos anos.
No entanto, ainda assim, o primeiro-ministro poderá ter razão.
Quando António Costa diz que «se tiverem de escolher entre ganhar um pouco mais ou ter mais colegas…»; diz “ganhar um pouco mais”, isto é, entre uns trocos e mais colegas, venham então daí os colegas, porque trocos não dão para nada.
Ao contrário do que afirma o primeiro-ministro, os funcionários públicos não vão desistir da sua valorização salarial e vão pugnar por um equilíbrio que resida entre tal valorização e o aumento de mais colegas, porque isso, sim, é que é um equilíbrio.
Um equilíbrio não é optar por uma condição desprezando a outra, isso é um desequilíbrio.
O secretário-geral da CGTP avisa que o aumento da contratação não pode justificar a manutenção dos congelamentos na Função Pública e a UGT alinha pela mesma ideia.
Para Arménio Carlos, “A primeira prioridade que o Governo tem de assumir é combater a despesa supérflua e essa não está nos salários nem na contratação de mais trabalhadores. Está na dívida e nos encargos da dívida que são colossais. Está nas Parceria Público-privadas, está nos Swaps e noutros serviços que o Estado continua a transferir para a iniciativa privada e que poderiam ser assumidos por trabalhadores da administração pública.”
Arménio Carlos concorda que é preciso melhorar os serviços públicos mas avisa que “não é admissível que, ao fim de dez anos, os trabalhadores do setor público continuem sem qualquer atualização salarial”.
A UGT também segue a mesma linha de pensamento. Em declarações à rádio pública, Carlos Silva considera que Costa tem razão em defender que são necessários mais funcionários mas avisa que é preciso valorizar os trabalhadores. “Essa valorização passa também, entre outros fatores que têm sido apresentados pelos sindicatos, por aumentos salariais”, explica o secretário-geral.
“Esperemos que haja disponibilidade do senhor primeiro-ministro, com folga orçamental ou enquadrado no Orçamento do Estado de 2019, para assumir um compromisso em relação a aumentos salariais”, diz Carlos Silva.
Aquilo que o primeiro-ministro veio dizer é, afinal, um desequilíbrio, uma dissonância; uma desafinação e uma provocação de todos aqueles que ao longo dos últimos e muitos anos carregaram às costas o pesado fardo das dívidas dos banqueiros, dos desmandos governativos e da grassenta corrupção.
As costas dos trabalhadores devem agora começar a ser reerguidas em vez de continuar a suportar os pesos alheios e esse reerguer, como bem se vê, não será oferecido, tem que ser reivindicado e esta reivindicação não passa pela aposição de gostos ou partilhas nas redes sociais, mas por ações reais.
Os dados estão lançados. Que a sorte proteja os audazes.
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Concordo plenamente.Mas com o rombo que ai vem, ja...
Muito bem SOJ. Com estas atitudes quase me apetece...
Concordo.Sāo comentários pouco dignos de Oficiais ...
Parabéns ao SOJ e o meu muito obrigado, por não de...
*quem paga
É você que pagam as contas dos colegas a quem cham...
Possuo autorização de residência apenas.Mas posso ...
E foi autorizado(a) pela Senhora Diretora Geral da...
Basta ler alguns comentários acima escritos, para ...
Oficial de Justiça oferece-se para pequenas repara...
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Sem dúvida. Dos 700€ os mais novos ainda tirarão, ...
Já só faltam 25 dias para o termo do prazo fixado ...
idiotaadjectivo de dois géneros e nome de dois gén...
res·pei·to(latim respectus, -us, acção de olhar pa...
Concordo inteiramente com o comentário das 13:16, ...
A forma como termina o seu comentário diz muito de...
Finslmente, o comentário de um oficial de justiça ...
Sim, "demente"!Significado de demente:de·men·teadj...
Demente? LOL.
Os sindicatos deviam reinvidicar, para além do nov...
O problema não é a falta de concurso para novos in...
A continuar assim não ficará pedra sobre pedra...
Diz a diretora geral "...apresentam neste momento ...
Nem este país.