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Bem-vindo/a ao DIÁRIO DIGITAL DOS OFICIAIS DE JUSTIÇA DE PORTUGAL publicação periódica independente com 8 anos de publicações diárias especialmente dirigidas aos Oficiais de Justiça
Deparamo-nos, com surpresa, na publicação que a Direção-Geral da Administração da Justiça (DGAJ) colocou no passado dia 05JUL na sua página do Facebook.
Diz-se ali que a DGAJ foi «distinguida no mês de junho como serviço da administração pública com melhor índice de satisfação no Portal da Queixa.»
E acrescenta-se que «O índice de satisfação expressa de forma objetiva o desempenho das marcas no Portal da Queixa com base na interação com os utilizadores que efetuaram reclamações.»
Na mesma publicação encontra-se a imagem abaixo com o tal índice de satisfação.
No entanto, quando acedemos ao Portal da Queixa, não encontramos aquele índice de 64,1 mas o de 67,2.
De todos modos, seja a distinção no Portal da Queixa de 64,1 ou de 67,2, é considerada a melhor classificação ou índice de satisfação dos serviços públicos no passado mês de junho.
A interpretação da DGAJ é que essa classificação avaliativa é positiva e, por isso, fez eco da mesma na sua página do Facebook, mas, discordamos completamente dessa apreciação que, embora seja de facto positiva, acima de 50%, sendo o valor máximo do índice os 100, consideramos, ainda assim, que a classificação é má e é negativa.
Claro que são opiniões mas as opiniões devem sempre ser sustentadas de alguma forma em dados concretos e objetivos, tal como bem consta daquela publicação no Facebook: «O índice de satisfação expressa de forma objetiva o desempenho das marcas no Portal da Queixa», e se bem é verdade que aquele valor poderá representar um valor positivo, comprovável objetivamente pelos dados numéricos simples, é também verdade que esse mesmo valor pode representar um valor negativo, igualmente comprovável pelos mesmos dados numéricos.
Será isto possível? Será possível que uma determinada classificação objetiva seja positiva para uns e negativa para outros?
Sim, é possível, mas isso também só é possível se a realidade for deformada e apresentada de determinada forma, omitindo especialmente alguns dados, isto é, apresentando apenas uma face da mesma moeda.
64,1 ou 67,2 são, de facto, classificações positivas, numa escala de zero a cem, mas esta avaliação não pode ser vista de forma isolada, porque não foi assim apresentada, mas integrada num conjunto de avaliações, por uma entidade que apresenta uma lista extensa de entidades diversas num determinado momento temporal: um mês.
Esse índice de 64,1 apontado como o melhor dos serviços públicos no mês de junho é, no entanto, o pior da lista apresentada. E quando se diz o pior dessa lista de entidades desse mesmo mês de junho, quer-se dizer mesmo isso: o pior de todos; está no fim da lista. Já o índice de 67,2 não é o pior nem é o último da lista, porque é o penúltimo.
E quantas entidades constam dessa lista desse mês? Meia-dúzia, uma dúzia? Nada mais, nada menos, do que 109 entidades.
Como?
A lista do mês de junho que apresenta a classificação de 64,1 com que a DGAJ se congratula mas que na lista do Portal surge como sendo 67,2, é composta por 109 (cento e nove) entidades e de todas essas, a pior classificação é esta da DGAJ ou a segunda pior, considerando os 67,2. É que nem sequer está acima de outras entidades públicas, como, por exemplo, a Câmara Municipal de Tavira, que não é uma empresa privada, cujo índice é de 98,0, isto é, está quase no topo, nem sequer está acima da entidade de gestão municipal, isto é, de gestão pública, a “Porto Lazer”, cuja classificação é de 65,0 ou até está se considerarmos a classificação que efetivamente consta da lista e, assim sendo, o ultimo lugar da lista seria este valor de 65,0 porque o penúltimo é o de 67,2.
Para além dessas entidades, constata-se, na vasta lista de entidades ali colocadas que a DGAJ não consegue sequer superar os índices de satisfação de empresas tão problemáticas e com tantas queixas como as das telecomunicações; por exemplo, a NOS (enquanto operadora de TV, Internet e telefone), ali detém um índice de satisfação de 74.0. E até uma empresa, de um dos ramos de atividade mais odiados e difíceis, porque se dedica às cobranças, a “Credinformações Cobranças”, detém uma classificação de 93.5.
Na lista podem ver-se algumas entidades a atingir o nível 100 e muitas com índices superiores a 90.
Quer isto dizer que numa lista com mais de cem entidades, com tanta variedade de atividades, muitas delas bem penosas, haver uma entidade com a classificação mais baixa delas todas, não pode ser considerado algo bom, mesmo que a classificação esteja acima da fronteira do negativo e ainda que, das entidades daquela área, seja a melhor.
Por isso, entendemos que a pior classificação da lista, ou a segunda pior, de 109 entidades classificadas não pode ser considerada positiva e entendemos que a falta desta informação, que ora aqui prestamos, é fundamental para que todos percebam como mesmo apresentando números e mesmo sendo estes externos, há sempre aspetos complementares ou interligados que não podem ser omitidos mas apreciados também na globalidade dos dados, para que se possa fazer um bom juízo da ação que se apresenta ou se avalia.
Aqui há uns tempos, ouvimos uma história de um indivíduo, nosso conhecido, que, na sua juventude, participou numa prova de atletismo de uma freguesia, detendo tal prova prémios para os três primeiros lugares dos corredores dessa freguesia e outros três prémios para os três primeiros lugares dos participantes de fora da mesma freguesia. O tal indivíduo, ao ver que não havia inscritos de fora da freguesia, inscreveu-se e foi o único inscrito com tal característica o que, automaticamente, lhe conferia o primeiro prémio. O indivíduo chegou em último lugar à meta, bem em último e muito mais atrasado do que todos os demais, mas subiu ao palanque e foi-lhe dado o primeiro prémio e uma taça reluzente gravada com os dizeres de 1º lugar na prova de atletismo da freguesia. A taça, que ainda hoje guarda e exibe, serve para ser apresentada e para que se gabe da sua vitória naquela dura prova.
De facto foi o primeiro a chegar à meta na sua modalidade, é verdade, mas esta verdade não pode ser vista assim desta forma isolada, há que avaliar as circunstâncias todas, como o facto de não haver mais ninguém a competir diretamente com ele e o facto de ter sido o último a cruzar a meta, verdadeiramente o último e isto são dados importantes para um bom juízo que não podem ser omitidos. Neste caso, se bem que há uma verdade, com as muitas omissões ela acaba por ser uma profunda mentira, ou uma inverdade ou uma pós-verdade, expressões que hoje se preferem utilizar mas que querem todas dizer o mesmo: que se trata de uma verdade falsa e, portanto, não sendo uma verdade plena, terá que ser uma mentira.
Pode aceder às fontes citadas neste artigo através das seguintes hiperligações: “DGAJ-Facebook”, “Portal da Queixa, Lista de Junho” e “Portal da Queixa, Índice”.
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