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Bem-vindo/a ao DIÁRIO DIGITAL DOS OFICIAIS DE JUSTIÇA DE PORTUGAL publicação periódica independente com 13 ANOS de publicações DIÁRIAS especialmente dirigidas aos Oficiais de Justiça
Difundiu esta semana o Instituto de Gestão Financeira e Estruturas da Justiça (IGFEJ) uma notícia sobre a modernização da rede dos tribunais.
Diz assim a notícia pública:
«O IGFEJ iniciou, a 29 de agosto, a instalação de novos equipamentos de rede nos tribunais portugueses. Esta intervenção representa um passo decisivo na modernização tecnológica da Justiça, com impacto direto na velocidade e estabilidade das comunicações.»
Ótimo, agora é que vai ser velocidade!
E continua:
«Os novos equipamentos permitirão uma resposta mais eficaz às exigências atuais dos sistemas judiciais. A gestão centralizada facilitará atualizações e configurações, reforçando a resiliência da infraestrutura.»
E, pronto, quando me começam a falar de resiliência acredito logo que o discurso é falso.
Então o que é que isto quer dizer? Há ou não há resiliência? Em que é que consiste esta alegada modernização da rede que apregoa o IGFEJ?
Vamos traduzir:
O que o palavreado da notícia pública do IGFEJ quer dizer é um pouco diferente daquilo que o mesmo diz em comunicações internas, que amavelmente dois leitores nos encaminharam (e que agradecemos), onde o IGFEJ explica que a tal modernização em curso consiste apenas numa visita de um técnico da NOS para ver os cabos de rede e seus percursos e que só posteriormente, ou seja, oportunamente, é que serão instalados os novos circuitos, mas nem sequer com tal instalação a coisa fica a bombar.
Ou seja, para já não há nada. Que ninguém pense que vai chegar amanhã ao Citius e de repente vai abrir um documento qualquer num segundo, isso não vai acontecer, pelo menos no curto prazo, uma vez que o que está a acontecer são apenas visitas exploratórias de análise.
A explicação interna do IGFEJ é a seguinte:
«No âmbito deste projeto, estamos a preparar a instalação de um segundo circuito de fibra em cada edifício. Atualmente, cada edifício dispõe de um circuito de fibra do operador MEO e um segundo circuito 4G da NOS, que funciona como “backup”. Este segundo circuito é ativado quando o primeiro falha, mas em alguns locais, o circuito 4G não possui capacidade suficiente para assegurar um bom desempenho da rede para todos os utilizadores.»
E continua assim:
«Com a instalação do novo circuito de fibra pelo operador NOS, todos os edifícios ficarão com dois circuitos a funcionar no modo ativo-ativo, assegurando não só uma melhor capacidade da rede, mas também uma redundância real dos circuitos. Este procedimento permitirá ainda que o IGFEJ realize um incremento de até 5 vezes, da largura de banda existente em cada local, até ao final do contrato (4 anos), ajustando conforme as necessidades.»
Resumindo:
Trata-se de mais um circuito, um terceiro, que já não servirá apenas para entrar em funcionamento quando o primeiro falha, porque até aqui falhava o primeiro e como o segundo não dava conta do recado, falhava tudo. Depois, haverá uma terceira via, que não ficará circunscrita a ser um sistema de salvaguarda (“backup”), mas uma nova via em funcionamento que, diz-se, até ao final do contrato (que tem a duração de 4 anos), poderá vir a ter um “incremento de até 5 vezes a largura de banda existente”.
Quer isto dizer que a modernização em curso que é dada na notícia poderá ocorrer até ao 4º ano com o tal incremento de 5 vezes, não já, mas até ao final do tal contrato e de acordo com as necessidades que irão sendo “ajustadas”.
Desilusão!
A notícia é falsa? Não, não é falsa, é verdadeira, mas está distorcida numa curvatura temporal que a torna praticamente falsa, desde logo porque transporta o leitor para uma realidade de um mundo paralelo que nem sequer existe, mas que poderá vir a existir.
É esta a nova forma comunicacional do presente, tanto de empresas privadas, como de entidades públicas, partidos políticos ou pessoas individuais: dizer uma verdade que é tão retorcidamente verdadeira que acaba arrancada das suas raízes de veracidade para a neblina da dúvida, da insinuação, da eventual interpretação secundária, roçando, portanto, a mentira, mas sem passar a fronteira.
Não, a notícia não é falsa, mas é enganadora, isto é, induz o leitor a acreditar num mundo maravilhoso que não existe, mas que pode vir a existir e porque pode mesmo, as afirmações passam a ter esse véu de verdadeiras, porque são isso mesmo: possibilidades verdadeiras e não possibilidades falsas, embora ainda não existam, apesar da indução da insinuação.
Isto assim explicado até parece difícil de perceber, mas não é relevante, porque o financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), ou como o outro lhe chamou: “a bazuca”, paga e a fatura corresponde a um negócio de 3,5 milhões de euros.
Conclui a notícia o IGFEJ dizendo que «Os trabalhos decorrerão com o mínimo de impacto nos serviços, garantindo que a atividade dos tribunais se mantém com normalidade enquanto se reforça a infraestrutura tecnológica.»

Fonte da notícia pública: “Info-IGFEJ-02SET2025”.
.................................................. INICIATIVAS COMPLEMENTARES:
O povo está se bem cagar para o Chega e para vocês...
E vão dois.
Sem duvida.Chulos.
Há mais do que eles pensam.Fazem porcaria e cheg...
Esse sujeitinho teve afinal aquilo que merecia emb...
Como oj sou sindicalizado fora sfj e soj.Apenas...
Nunca mas nunca votarei no c.o.j. são uns paus man...
Por estas e outrasPassei e serei e votarei CHEGAMU...
Certeiro. Mas é preciso gastar o dinheiro do prr....
Até morrerNunca desistirei do roubo.
Para ti e outros que tais mtrto CHEGA na mesa de ...
como se o chega resolvesse o problemaalguns gostar...
Muito bem.
Ainda gostava de saber para que é necessário um Ba...
Ojs há muitos e bem de vida
30 anos desta merda
Há mais.Contra o roubo sempre!
Isso é muito pouco inteligente.O que devemos fazer...
Se ninguém fosse votar ou votassem em branco nas e...
6 oficiais de justiça na grande manifestação de ho...
Chega mesmo!Trafulhas por trafulhas.Chega!
Enquanto houver "portas giratórias" para os nossos...
Depende sempre da perspectiva, obviamente. Para já...
Continuarei de baixa até que me reponham um escal...
30 anos de mentiras. Por isso passei a votar CHEGA...