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Bem-vindo/a ao DIÁRIO DIGITAL DOS OFICIAIS DE JUSTIÇA DE PORTUGAL publicação periódica independente com 8 anos de publicações diárias especialmente dirigidas aos Oficiais de Justiça
Para a próxima sexta-feira (21DEZ) está prevista uma manifestação de coletes amarelos na sequência das iniciativas francesas e de iniciativas das redes sociais. As duas centrais sindicais (CGTP e UGT) já vieram demarcar-se desta iniciativa de coletes amarelos, aplicando-lhe o rótulo de iniciativa de radicais da extrema-direita.
Mas esta rotulagem simples não pode ser aplicada. Estas iniciativas, tanto em França como em Portugal, nascem no seio dos cidadãos desiludidos com o estado da democracia. É lícito que os cidadãos estejam descontentes quando veem a sua vida ser sistematicamente prejudicada e, ao mesmo tempo, veem como os políticos e governantes não governam para o povo mas para si próprios, como, por exemplo, assistimos recentemente ao escândalo das falsas presenças na Assembleia da República, falsos votos pelos ausentes, ajudas de custo, residências e quilómetros e até um seguro de saúde privado pago por todos os portugueses.
Este descrédito total nos políticos e nos governantes, constitui um descrédito total na democracia e por isso mesmo assistimos ao renascer das ideologias fascistas, disfarçadas de populistas e nacionalistas. O descrédito num sistema leva à procura de outro em que haja mão dura nestas situações que prejudicam a sociedade.
É, pois, perfeitamente compreensível que esta deriva fascista ganhe cada vez mais força no seio dos cidadãos desiludidos, no povo normal e simples que quer viver a sua vida de forma tranquila e num patamar minimamente confortável e não consegue pelos sucessivos desmandos da classe política habitual que vai dirigindo, à vez, os destinos do país.
É lamentável que o descrédito conduza a esta opção fascista mas é compreensível que suceda, como vem sucedendo de facto em todo o lado e também em Portugal. Por isso, este fenómeno não pode ser simplesmente rotulado e ignorado. Este fenómeno tem que ser tratado com a máxima prudência e sempre com toda a atenção.
Os manifestantes que em Portugal vestirem na próxima sexta-feira os coletes amarelos não são apenas fascistas mas cidadãos e trabalhadores desiludidos com o estado da democracia e merecem toda a atenção e não um mero repúdio rotulado.
É claro que a sua ideologia abjeta repugna mas tal ideologia é uma consequência; resulta de fatores externos e não nasceu com eles nem está inscrita no seu código genético. Por isso, estas manifestações não podem ser ignoradas nem perigosamente rotuladas, sendo muito grave o erro das centrais sindicais que representam os trabalhadores portugueses na sua postura de ignorar e rejeitar tal iniciativa de cidadãos trabalhadores deste país. Com tal postura, as centrais sindicais acabam por contribuir também para o seu próprio descrédito, perante esses mesmos e outros trabalhadores que assim ficam desligados de todo o enquadramento ideológico democrático para ficar à mercê dos fanatismos instalados que pululam e poluem a sociedade.
Para além de tudo isto, claro está, esses cidadãos têm razão na sua desilusão e no descrédito nas instituições democráticas, porque de facto não as veem funcionar devidamente, mas é lamentável que tal descrédito seja ampliado aos sindicatos, às entidades que eram até agora o último reduto de defesa dos trabalhadores.
A situação é, pois, complexa e explosiva e vem a propósito das declarações prestadas à comunicação social pelos dirigentes das duas centrais sindicais.
Em declarações à TSF, o líder da CGTP, Arménio Carlos, é categórico: a central sindical não alinha nestas manifestações.
«A CGTP não foi contactada, não conhece os responsáveis pela manifestação, não conhecemos os seus objetivos», garantiu Arménio Carlos, antes de sublinhar que a organização sindical não confunde reivindicações de trabalhadores com as ambições da extrema-direita.
«Qualquer tentativa de aproveitamento por parte desse ou de qualquer outro movimento relativamente à situação social em Portugal é, na nossa opinião, lesiva, oportunista e não contará com o apoio da CGTP. Distinguimos muito bem aquilo que tem a ver com as reivindicações dos trabalhadores e a relação que têm com o desenvolvimento do país. Não nos interessa participar e, sobretudo, dar qualquer tipo de relevo a manifestações que, ao invés de exigirem uma linha de progresso e justiça social visam, no essencial, suportar posições de extrema-direita que têm como objetivo o retrocesso social e civilizacional», defendeu o líder da CGTP. “Não pactuaremos.” “Não nos interessa participar”, garante Arménio Carlos.
Na hora de identificar as opções da CGTP, Arménio Carlos garante que o objetivo da central sindical é “assegurar que os trabalhadores e as suas famílias possam melhorar as suas condições de vida e, simultaneamente, contribuir para o desenvolvimento do país numa perspetiva de progresso e de justiça social.”
Carlos Silva, líder da UGT, escolhe também demarcar-se dos protestos da próxima sexta-feira, que estão a ser convocados através das redes sociais.
«A UGT não foi contactada por quem quer que seja dessa organização, que o pode ser ou não, pode até ser inorgânica, sabemos apenas que há contactos via redes sociais. A UGT enquanto parte do movimento sindical revê-se, naturalmente, em todas as formas de democracia e espera que os cidadãos possam dar largas às suas posições reivindicativas. Enquanto central sindical, não participou nem irá participar, do ponto de vista oficial e institucional – mesmo que venha a ser contactada – neste protesto que está a ser convocado", garantiu Carlos Silva.
E assim se contribui para a marginalização de cidadãos trabalhadores, cada vez mais marginalizados e cada vez mais radicalizados, ao mesmo tempo que assistimos ao início do fim da democracia e, bem assim, de um Estado de Direito, pela negligência geral.
O colete amarelo representa hoje a desilusão e a revolta do povo perante os políticos e governantes e isso não é nada desprezível. Os Oficiais de Justiça já surgiram vestidos em diversas manifestações às portas dos tribunais com a camisola preta e o colete amarelo e não são por isso indivíduos fascistas mas indivíduos inconformados e revoltados com o estado a que chegamos.
O conteúdo deste artigo é de produção própria e contém formulações próprias que não correspondem a uma reprodução de qualquer outro artigo de qualquer órgão de comunicação social. No entanto, este artigo tem por base informação colhida na comunicação social que até pode estar aqui parcialmente reproduzida ou de alguma forma adaptada. Pode aceder à fonte informativa que serviu de base ou mote a este artigo, através da seguinte hiperligação: “TSF”. A imagem foi obtida em reproduções da Internet, desconhecendo-se a autoria da mesma.
O Ministério da Justiça, reiteradamente, não cumpr...
Espero que amanhã, dia da tomada de posse do Senho...
então conhece mal os colegas em geral
há muitos mesmo
bem verdade! como se pode motivar o ingresso com q...
verdadinha!
bem dito
Bom artigo
Concordo plenamente.Mas com o rombo que ai vem, ja...
Muito bem SOJ. Com estas atitudes quase me apetece...
Concordo.Sāo comentários pouco dignos de Oficiais ...
Parabéns ao SOJ e o meu muito obrigado, por não de...
*quem paga
É você que pagam as contas dos colegas a quem cham...
Possuo autorização de residência apenas.Mas posso ...
E foi autorizado(a) pela Senhora Diretora Geral da...
Basta ler alguns comentários acima escritos, para ...
Oficial de Justiça oferece-se para pequenas repara...
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Sem dúvida. Dos 700€ os mais novos ainda tirarão, ...
Já só faltam 25 dias para o termo do prazo fixado ...
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