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Bem-vindo/a ao DIÁRIO DIGITAL DOS OFICIAIS DE JUSTIÇA DE PORTUGAL publicação periódica independente com 8 anos de publicações diárias especialmente dirigidas aos Oficiais de Justiça
Estes últimos dias têm sido bonitos de se ver.
Tem sido bonito ver como os Oficiais de Justiça tomaram a greve anunciada por um dos sindicatos como sua; apoderando-se dela como uma dádiva e como um objetivo que ansiavam.
Mesmo sem uma poderosa máquina sindical de sustentação, os Oficiais de Justiça combinam concentrações às portas dos tribunais, um pouco por todo o país, organizando-se de forma espontânea a nível local. É isto que está na génese do sindicalismo; é esta espontaneidade e liberdade dos trabalhadores que faz com que se constate que ainda há um verdadeiro espírito sindical de defesa e de protesto na posse dos Oficiais de Justiça.
É bonito de se ver como todos os Oficiais de Justiça tomaram esta greve como sua, ignorando quem a convocou e mesmo aqueles que se encontram filiados noutro sindicato diferente do convocante, manifestam a sua adesão a esta greve que não é mais uma de um dia à sexta-feira.
Mesmo com toda a súbita movimentação do aparelho sindical do sindicato contrário à greve, convocando até reuniões plenárias com caráter de urgência, sem a devida antecedência e cumprimento dos preceitos legais, dentro do horário de funcionamento dos tribunais e sem assegurar os serviços mínimos, tudo com a bênção e tolerância da Administração, que até contribui divulgando informações com caráter de urgência através dos canais oficiais de serviço do Estado, impondo a todos os Oficiais de Justiça, nas suas caixas de correio eletrónicas, sejam filiados naquele sindicato ou não, a comunicação que diz respeito apenas aos associados daquela entidade.
Mesmo com toda esta máquina a rodopiar em sentido contrário, é bonito de se ver como ainda há pureza de ideias e de ideais de liberdade e de racionalidade nos Oficiais de Justiça que, apesar de tudo, resistem às investidas de um sindicato que, em vez de defender a vontade dos Oficiais de Justiça, parece defender o Governo e o estado das negociações e os anúncios que foi buscar ao Ministério da Justiça para poder dizer mais uma vez coisas como: “o subsídio há de ser integrado no vencimento”.
É bonito de se ver como por estes dias se viu um despertar das consciências adormecidas e entorpecidas pela opiácea inação.
Para aqueles que já andam nesta profissão há muitos anos, recordarão que a última vez que uma greve dos Oficiais de Justiça obteve algum ganho foi já há muitos anos, mais concretamente há vinte anos atrás e, desde então, a carreira tem vindo a perder-se no arrastar dos anos e das convicções ultrapassadas e desatualizadas de uma elite repetitiva e repetente que perdeu o norte do sindicalismo real.
É difícil para todos os Oficiais de Justiça aderirem a esta grande greve que há mais de duas décadas não sucede com esta dimensão de dias consecutivos, não só pela óbvia perda no vencimento mas também pelo confronto que é necessário fazer contra a pesada máquina do sistema instalado.
Para muitos, a tomada de decisão de adesão à greve é uma decisão muito difícil de tomar por não quererem confrontar a sua organização sindical a quem devem obediência, mas, pelo contrário, para muitos outros, a tomada de decisão não correspondeu a nenhuma dificuldade, tendo sido fácil e rápida a decisão de aderir a esta manifestação de desagrado e de reivindicação, não só porque sentem na própria pele o desgaste da profissão mas também porque têm consciência do desgaste dos outros e, antes de mais, têm ainda uma consciência de solidariedade para com os demais e isto não é bonito de se ver mas é, antes, muito e muito bonito de se ver e já há 20 anos que não se via nada assim.
A espontaneidade de luta e a solidariedade são a base pura do sindicalismo e, hoje, já a ninguém interessa saber quem anunciou a greve, se foi o sindicato A ou o sindicato B, porque a greve é a manifestação que os trabalhadores querem agora fazer e, por isso, tomaram conta dela e dela esperam mais e esperam tudo, esperam aquilo que nas últimas duas décadas ainda não viram acontecer mas viram ser constantemente prometido e constantemente negociado.
Os Oficiais de Justiça deste país estão fartos e é por isso mesmo que acolhem esta greve como a resposta à sua desilusão para com o Governo e, infelizmente, até para com o sindicato mais antigo e maioritário que se opõe ao desejo e à luta daqueles que diz representar.
Estes dias, mesmo ainda sem a greve ocorrer, têm sido já muito úteis para a consciencialização da classe. No futuro, há de se falar desta greve como o ponto de viragem; haverá um antes e um depois e haverá quem para ela tenha contribuído e haverá quem para ela não tenha contribuído e nunca mais poderá contribuir nem vir a dizer que contribuiu, apenas que alinhou com aqueles que ficaram para trás, agarrados ao passado.
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