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Bem-vindo/a ao DIÁRIO DIGITAL DOS OFICIAIS DE JUSTIÇA DE PORTUGAL publicação periódica independente com 13 ANOS de publicações DIÁRIAS especialmente dirigidas aos Oficiais de Justiça
Enquanto a presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ) se preocupa e lamenta relativamente ao estado de funcionamento do Citius, escrevendo sobre isso no artigo do Correio da Manhã, os presidentes de outros sindicatos preocupam-se e lamentam o estado de espírito das pessoas que representam.
É o caso do presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP), em recente artigo publicado na revista Sábado, que aborda as questões que atualmente preocupam os seus representados, designadamente, a relativa à última aplicação da generalização da carreira, passando por cima da especialização, bem como a questão do “burnout”, aspetos estes que, afinal, desde há muito afetam os Oficiais de Justiça.
Existe, portanto, um paralelo de preocupações, embora com a particularidade de que o fim da especialização na carreira dos Oficiais de Justiça é algo acordado com os dois sindicatos que os representam. Ou seja, há uma anuência que não permite contestar o facto concretizado e assumido e, por isso, o foco desvia-se das pessoas para se centrar num programa informático.
Diz assim o presidente do SMMP:
«Terminou o período de férias judiciais de verão, retomando-se a rotina habitual e o ritmo normal de trabalho nos tribunais e nos serviços do Ministério Público. Importa salientar que estes serviços não encerraram durante o recesso, continuando magistrados e oficiais de justiça a assegurar todo o serviço urgente, muitas vezes em elevado volume.
Mas o que esperar neste regresso a partir de setembro?
As dificuldades antes existentes mantêm-se inalteradas. A contestação dos magistrados do Ministério Público persiste, enquanto se aguarda a decisão de uma providência cautelar interposta no Supremo Tribunal Administrativo, que visa a suspensão dos efeitos do recente movimento. A carência de magistrados do Ministério Público continua a ser uma grave problemática em todas as 23 comarcas do país, agravada pelo reduzido número de novos ingressos após a formação no Centro de Estudos Judiciários, sem que haja reforço adequado.
Anualmente, o aumento de baixas por motivos de saúde relacionados com doenças profissionais e “burnout” continua a colocar pressão sobre um quadro limitado, reforçado apenas por poucos magistrados do quadro complementar, insuficientes para cobrir todas as ausências. Esta situação obriga os restantes magistrados a assumirem cargas de trabalho excessivas, com longas horas, frequentemente prolongadas até à noite, fins de semana e feriados, amplificando a exaustão física e psicológica.
A maioria dos magistrados não tem acesso a medicina do trabalho, e nenhum dispõe de apoio psicológico adequado, o que resulta em inúmeros casos de “burnout” sem diagnóstico. Em resposta, o Conselho Superior do Ministério Público optou, na sua deliberação anual, por ocultar a escassez de recursos humanos, extinguindo lugares, agregando vagas e alargando competências de forma que compromete gravemente a especialização e prejudica o serviço prestado à sociedade.
Se esta estratégia persistir, a magistratura especializada dará lugar a um modelo generalista e multifuncional, comprometendo a qualidade do trabalho, sobretudo nas áreas de família e menores, criminalidade económica e violência doméstica.
Em resultado, 75% dos magistrados do Ministério Público subscreveram uma carta aberta a solicitar a anulação da deliberação do movimento. Além disso, em julho, foram realizadas greves nacionais e regionais, com grande adesão, em defesa dos interesses dos cidadãos, exigindo um Ministério Público qualificado, especializado e eficaz, capaz de responder adequadamente às necessidades da sociedade.
Neste momento de reinício, é fundamental reiterar o apelo à Procuradoria-Geral da República e ao Conselho Superior do Ministério Público para que alterem o atual modelo de gestão dos quadros, que tem contribuído para a precarização da carreira dos magistrados. É igualmente crucial reconhecer que o número de magistrados é insuficiente para preencher todas as vagas, evitando assim a supressão, fusão ou agregação indevida das mesmas.
Deve ser valorizado o elevado nível de exaustão dos magistrados, muitos dos quais estão em risco de “burnout”, agravado pela ausência de medicina do trabalho, pela precarização derivada da extinção de postos e pela conversão de cargos efetivos em funções auxiliares, assim como pela desvalorização da especialização. Proteger o bem-estar físico e psicológico dos magistrados é essencial para garantir que continuem a desempenhar eficazmente as funções sociais a que estão vinculados. Não existe “mais um bocadinho” para dar ao serviço porque os magistrados do Ministério Público já estão no limite.
Nada fazer não é opção.
Os magistrados e a sociedade esperam que a Procuradoria-Geral da República e o Conselho Superior do Ministério Público enfrentem a realidade atual e ajam com a devida sensibilidade, reconhecendo a legítima revolta dos magistrados do Ministério Público.
É preciso entender os sinais do tempo e agir. Recorrendo a uma citação bíblica “Sabeis discernir o aspeto do céu, mas não podeis discernir os sinais dos tempos.” (Mateus 16:3, Evangelho de Mateus).
Este é o momento oportuno para que, no âmbito do Conselho Superior do Ministério Público, seja criado um grupo de trabalho destinado a rever as alterações funcionais introduzidas no último movimento, ouvindo as preocupações dos magistrados e da sociedade civil.
O início de um novo período após as férias judiciais é sempre uma oportunidade para reflexão e reajuste. No entanto, a persistência de problemas estruturais no Ministério Público exige mais do que simples retoma de rotina: exige coragem para reconhecer as fragilidades, compromisso para corrigir as desigualdades e determinação para proteger os profissionais que sustentam o sistema judicial. Só assim será possível garantir uma justiça eficaz, especializada e justa, alinhada com as reais necessidades da sociedade.
Que o regresso traga boas notícias ao sistema de justiça, aos magistrados, advogados, oficiais de justiça, solicitadores, agentes de execução, polícias e a todos os cidadãos. Um bom regresso para todos os intervenientes no sistema de justiça.»

Fontes: artigo de opinião de Paulo Lona, presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP), intitulado: “Sinais do tempo na Justiça”, publicado na Sábado e artigo de opinião de Regina Soares, presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ), intitulado: “Citius sempre em baixo”, publicado no Correio da Manhã.
.................................................. INICIATIVAS COMPLEMENTARES:
O povo está se bem cagar para o Chega e para vocês...
E vão dois.
Sem duvida.Chulos.
Há mais do que eles pensam.Fazem porcaria e cheg...
Esse sujeitinho teve afinal aquilo que merecia emb...
Como oj sou sindicalizado fora sfj e soj.Apenas...
Nunca mas nunca votarei no c.o.j. são uns paus man...
Por estas e outrasPassei e serei e votarei CHEGAMU...
Certeiro. Mas é preciso gastar o dinheiro do prr....
Até morrerNunca desistirei do roubo.
Para ti e outros que tais mtrto CHEGA na mesa de ...
como se o chega resolvesse o problemaalguns gostar...
Muito bem.
Ainda gostava de saber para que é necessário um Ba...
Ojs há muitos e bem de vida
30 anos desta merda
Há mais.Contra o roubo sempre!
Isso é muito pouco inteligente.O que devemos fazer...
Se ninguém fosse votar ou votassem em branco nas e...
6 oficiais de justiça na grande manifestação de ho...
Chega mesmo!Trafulhas por trafulhas.Chega!
Enquanto houver "portas giratórias" para os nossos...
Depende sempre da perspectiva, obviamente. Para já...
Continuarei de baixa até que me reponham um escal...
30 anos de mentiras. Por isso passei a votar CHEGA...